quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dejà vu?

Não que Angus Young tenha algo a ver com The Edge, mas o AC/DC tá se anunciando a reencarnação do U2, pelo menos no quesito 'pesadelo para comprar ingresso'.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

E tudo se acaba na quarta-feira


Eu adoro essa parte de A Felicidade, do Tom. Mas tenho percebido que, na real, tudo se acaba na segunda-feira, porque fim de semana é hoje uma espécie de pote de ouro no fim do meu arco-íris. Uma raridade, quase um carnaval.

Em 2006 a HBO pariu uma série de produção nacional batizada Filhos do Carnaval, que narra competentemente a história de um bicheiro, de sua escola de samba, de sua família e da complexa engenhoca de emoções turbinada por um repique de realidade cruel do submundo carioca. Tipo assim, Brasil pra caralho.

Por aí o que você mais vê é comparação com seriado de máfia, chamando de "Família Soprano Tupiniquim", coisas do tipo. Só que esse enredo consegue muito mais que isso, pois transparece nos seus diálogos e tons nuances do que somos como brasileiros, tanto nas vontades, como nos valores.

Essa semana eles estão reprisando (HBO 22hs; HBO2 20hs) os episódios antigos para estrear os novos na semana que vem. Infelizmente não saiu DVD, o que me deixa louco, pois é a única série que eu queria ter na gaveta. Atuações empolgantes de Thogum e Jece Valadão, que brilhou como o protagonista na primeira temporada. Agora, lá do segundo andar, ele vai assistir sentadinho a continuação. Quem viu me disse que tá perturbadoramente mais vibrante.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Esquizofrenia beatlemaníaca

O Café PiuPiu é mais velho que eu. Mas eu só fui pela 1ª vez ontem, like a virgin for the very first time. Bem agradável o pico, meio cheio demais e pouca gente pra atender, mas não é disso que falam essas linhas. O lance é que estava tocando o Zoom Beatles, cover competente dos Liverpool Boys. O som era ótimo, e, mesmo eu não sendo um mega fanático do ieieiê deles, curti demais. Daí eu me peguei pensando no que esses figuras da Paulicéia com cabelo de cuia têm que passar para poder fazer o trabalho deles.

Pô, o corte capilar é completamente anacrônico, o figurino imita o das capas dos discos. Tudo bem que é só pro show, mas por mais amante que o cara seja da banda, não dá pra se sentir muito sério vestindo 200 vezes num ano uma roupa do Sgt. Pepper´s Lonely Heart Club Band. No palco se tratam por Paul, Ringo, George e John, mas devem ter nomes como Fernando, Ricardo, Marcos e Rodrigo. Complicado você ser o Ricardo e ter que virar John toda noite em cima de um palco. Ou ser Fernando e se transmutar num George Harrison encarnado ali para aquelas pessoas que pagaram para ver algo que não verão "jamé". E fora que viver essa vida de Tarso Cadore full time, deve dar cada sonho assustador...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sabiduria popular country

Se tem uma coisa que eu sempre achei espontânea apesar de só ter ido a um mísero rodeio na minha vida são aqueles versos que os locutores de chapéu declamam com empolgação quase cínica no centro da arena pra fazer rir e levantar a galera. Aquilo é Brasil. Tudo versinho óbvio, com temáticas clichês, mas completamente pertinentes : corno, muié, cachaça, touro, malandragem.

Sou péssimo para lembrar piadas e também esses versinhos de rodeio. Só sei um, que venho repetindo a vida toda. "Ô morena do cabelo comprido, maioooor que seu cabeeeeeelo só o chiiiiiifre do seu mariiiiiido."

Bom, mas agora eu resolvi dar uma garimpada e colocar umas boas por aqui:

Os cowboys gostam de festa e de muita folia
Quando vamos pro bailão só paramos no raiar do dia
Beber cerveja bem gelada é nossa mania
Mas se só tiver cachaça bebemos com a mesma alegria
Boi magro e mulher santa com a gente não se cria
Porque nois gosta é de muito boi gordo e putaria


Eu conheço uma cidade, uma cidade que reluz
De dia falta água e de noite falta luz
Se lá tiver alguma mulher virgem é milagre de Jesus!!


O homem faz coisas que até Deus duvida
Já faz muito tempo que eu estou nesta vida
Rodeio,cachaça,muié,viola e briga
Porta de buteco e casa de rapariga
Garrafa destampada e muié de perna pra riba!!


Meu quarto de milha é preto
Meu manga larga é baio
Quando eu entro no rodeio
Dificilmente eu saio


Dinheiro eu ganho bastante
Trago dentro de um balaio
Tenho loira de namorada
E morena de quebra gaio


Do milho eu faço a pipoca
E da palha eu o colchão
A morena eu amo na palha
E a loira eu amo no chão


Carro bom é Santana
Cerveja gostosa tem que ser brahma
Mulher bonita tem que ser Goiana


Boi que pula rodando, mulher que faz amor gritando
É porque tem sempre um peão por cima cutucando.


Telefone é preto, mas não é café
Eu sou bom de bola e também no pé
Tô Chegando no Rodeio de Avaré
Mandando um abraço pros home e uns beijo pras Muié...


O mulher não sei devo não sei posso
Te levar pra cama e apertar seus ossos
Pra fazer um filho e falar que é nosso


Cuiabá tem subida, Cuiabá tem descida, Cuiabá tem loira e morena da minha vida.


Nasci no dia nove, nove vezes fui casado, tive nove sogro, nove lar abandonado, no dia nove encontrei nove cabouco armado, dei nove tiro pra cima, fiz correr nove cunhado.


Da galinha eu tiro a pena, do peixe eu tiro a escama, da morena eu tiro a roupa, depois levo ela pra cama. (Esse é clássico)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Zeca, a cadeira e o francês enrustido




Teatros pequenos, três músicos no palco. Foi assim na quinta, no CCSP, e na sexta no FECAP. Primeiro um showzin de jazz ok com Phillipe Catherine, guitarrista françoá bom, mas travado que só. Que só conseguiu se soltar uns 15 minutos antes de ter que finalizar o show. Mesmo tempo demorou o baterista, que tinha cara daqueles pais que iam nos buscar de pijama das festinhas de 15 anos, a compassar sua habilidade. O contra-baixo era incrível, mais pela estética. Eram três na fantástica sala Adoniran Barbosa, aquela que tem um quadrado em cima-embaixo. Quem conhece sabe que a sala pode ajudar um espetáculo em uns 30%.



Mas foi no teatro FECAP que meu queixo caiu. Nunca tinha visto esse Zeca ao vivo, por isso quis ir. Ultimamente não conheço forma mais agradável de gastar 25 reais. O cara tem uma presença de palco monstra, junto com Swami Jr e Tuco Marcondes, o som e o carisma (quanta espirituosidade!) preencheram o lugar de uma forma inimáginavel para mim. Eu o pensava timidinho, atrás daqueles óculos meio roxos e bregas, que teve o bom senso de não usar.

Cara limpa, sorriso fácil e dedos inspirados. Bom humor tão bom que conversou até demais com a platéia e se arriscou a fazer uma espécie de stand-up comedy sentado. Brincou com versos sem sentido da MPB "Premium" e ofereceu uma taça de vinho ao espectador que sugerisse uma outra boa pérola. Cantou inéditas, covers e coisas que nunca havia tocado em show. Fez um culto a uma belíssima cadeira que colocou para ornar o palco, já que segundo ele é linda, mas desconfortável para tocar. Pediu luz constante nela, piada non sense, também nem precisava. Tens até domingo para ver, a temporada deve virar disco ou DVD. E deve marcar época também.


Baixe tudo dele aqui.

Acontece de quando em vez

- Escrevo excessão errado.

- Tomo cerveja quente.

- Redijo e-mails quilométricos para pessoas que não merecem mais do que 5 linhas.

- Acordo com vontade de correr.

- Troco o nome das estagiárias.

- Escuto um elogio, normalmente sobre uma mesma camiseta que não fui eu quem escolhi.

- Alugo um filme que eu já vi, pensando ser inédito.

- Me pego ouvindo alguma melodia melosa do Skank, dos Paralamas e até do Revelação.

- Indico algum livro meia boca para alguém que acabei de conhecer. De propósito. E falo que é ótemo!

- Ligo para alguma pessoa que não liga muito pra mim.

- Cozinhar alguma coisa com muito alho, mesmo que seja algo meio doce.

- Pedalo até a bunda doer.

- Me pego explicando pela enésima vez como funciona um paraquedas.

- Sou seguido no Twitter por alguma figura bizarra, tipo Paulo Maluf ou Serginho Mallandro.

- Mando sem querer um beijo para meu chefe quando me despeço ao telefone.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A piada é só isso

- Meu, faz tempo, hein? Lembro que você tava sem trampo.
- É, já até arrumei emprego.
- Ah, que bom, onde?
- Na produção do "Fala Que Eu Te Escuto".
...
- Hummm sei, aquele programa com um pastor, que passa de madrugada na Record, né? Mas é ao vivo aquilo?
- É.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Constrangendo a amiga

Sob efeito de algum alcóolico e inspirados num desses programas de humor improvisado eu e uma amiga louca (sempre sem citar nomes para não comprometer grandes profissionais) observávamos uma outra amiga sendo xavecada por um cara xis na balada. Foi quando começamos a pensar coisas para não dizer em voz alta pra ela naquele momento:

- "Amiga, você esqueceu de tomar seu luftal, mas eu trouxe, tá?"


- "Amiga, você já tá recuperada do aborto da semana passada?"


- "E aquele carregamento que teu namorado tava trazendo da Colômbia, já chegou?"


- "Era hoje que seu namorado voltava do quartel?"


- "Já vai pegar mais um, amiga?"


- "Será que ele sabe o que é mononucleose?"


- "Você tem Corega na sua bolsa pra me emprestar?"


- "Ainda quer pegar o baterista ali ou vai deixar pra mim?"


- "Ele tem pinto pequeno."


- "Já contou que você trabalha na peixaria do seu pai?"


- "Ai, me salva, amiga! Tem um OB sobrando?"


- "Eu falo só porque sou sua amiga, tá? Mas cê tá com um verdinho no dente."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

As calcinhas e as horas

- Já reparou que a idade da mulher têm tudo a ver com as horas?
- Como assim?
- Pô, hoje eu passei na frente duma loja de lingerie e tirei essa conclusão.
- Baseado no que?
- No tamanho da calcinha.
- Hein?
- Por exemplo: a minha namorada, usa calcinha quase meia noite. ( | )
- Hum...
- Minha mãe usa daquelas meio dez pras duas. (\ /)
- Não, cara, não vai falar da sua vó...
- Então, a dela é tipo uma quize pras três. (_I_)
- Puuutz, ainda bem que hora não tem cor.

Embalos sujos de sábado à tarde

Sabe quando você tem certeza absoluta de que perdeu uma parada divertidíssima enquanto tinha que trabalhar num sabadão de sol alucinante? Então, dia 12 teve guerra de tinta (sim, diferente, né?) num galpão no Brás, com muita cerveja e gente bacana. Idéia meio doida, vi por aqui. Alguém sabe como foi?



Em tempo: Achei essas fotos aqui e essas aqui também

O pior emprego do mundo

Fazia tempo que eu não via um comercial tão simples, com produção barata assim e com roteiro competente, redondo como esse. Uma prova bem atual de que o coração de tudo que emociona, diverte (e funciona) publicitariamente está na idéia e não em milhões de orçamento.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A culpa

Quatro bocas para comer, mais as deles dois. Não tinham mais para onde ir. A casa de alvenaria foi erguida em poucos dias, com muito suor, aos pés de um morro. Aos pés, ajoelhada como uma súplica, o dois cômodos implorava para sobreviver ali. Resistência pacífica. Quase 50 metros acima um terreno baldio, ponto vicoso de despejo de entulho, que forçava a terra. O chão rosnava silencioso, discreto.
Área pública, ocupação irregular. Nem precisa de mandato de juiz para os blocos, o cimento e as telhas virarem mais entulho. A lei diz que pode, ponto. Ninguém quer ser ilegal, precisar é foda. 4 filhos é muito até pra rico. Pintor e doméstica, imagine.
Defesa Civil, fiscalização, intimação. Novela de longa data. Derrubaram duas casas vizinhas, não a deles. Ela se trancou em casa com as crianças, ele levou a chave, saiu pra lutar o pão. Dizem que ficaram dois dias debaixo do teto de brasilit, sem sequer sair, receosos. A lei tentou-se fazer, o Estado tentou agir e todos os vizinhos testemunham.
Um ano depois, a chuva veio.
Foi terça-feira, você ainda lembra bem.
Jean e Nedes devem lembrar melhor, mas esse é um adjetivo que deve ficar por muito tempo de fora da vida do casal. Especialmente da dela, que deixou dois filhos Jonas e Jean jogando video-game para ir buscar o de 5 logo ali, recém largado pela perua escolar. Chovia forte, por isso foi até a esquina. 5 minutos e só.
Tempo de ouvir um ruído, seco, abafado, tal qual um trovão dentro de um porta-malas. Nedes virou-se, as pernas recusavam-se a responder aos olhos. Estátua momentânea, uns chamam de choque. Correu, sentiu a lama torturar sob as unhas, sem pensar cavou. Cavou até as mãos sangrarem, e embora ao ouvir um choro sob aquelas infinitas toneladas de barro, as lágrimas que já a inundavam vinham de outra parte de si. Vizinhos apareceram com pás, bombeiros com retroescavadeiras. 6 horas de esperança, de culpa à flor da pele. Mais chuva, quase como o choro daquela mãe, que daria tudo para estar ela ali debaixo daquele mar de entulhos e lama que virou a sua vida. Enquanto isso, o pai lutava o pão, pintando alguma parede na cidade.

Deu aqui, aqui, aqui, aqui e em mais um monte de lugar.

Tempo de que?

O feriado já acabou faz tempo. A meta dos amigos foi batida. SP virou o caos na terça-feira e após escrever um post tão animador não imaginei que minha semana seria tão complicada a ponto de proporcionar poucas horas de sono, quiçá tempo para relatar com calma as coisas aqui. Tenho muito pra contar, mas tá complicado por enquanto. Passamos dos 2 mil visitantes por aqui, acho que só isso me anima no momento. Tem assunto a dar com pau, tudo anotado em guardanapos vagabundos que vão se acumulando. Mas o tempo, este sim, tão sagrado, tem se esfarelado quando eu tento degustá-lo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A metinha do feriado

Não acreditei que seria possível encontrar e pôr a prosa em dia com mais de 10 amigos durante o feriado e atingi a minha meta pro 7 de setembro. Não aguentava mais twitter, msn, orkut e email. Queria ver nego ao vivo, tomar cerveja, dar risada de verdade pq "rs" e "hahaha" não valem mais. Tipo independência dos meios digitais. Por isso fiquei em Sampa. Não vi o mar, mas consegui estar com quem importa. E o melhor: essa semana não vai ter segunda-feira.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O spam caprichadinho

Spam normalmente é uma coisa tão tosca, mas tão tosca que só nego muito trouxa cai. É tipo eu fingindo ser burguês com sobrenome rebuscado em festa do Jardim Europa ou na Disco. A fachada pode até enganar, carinha de bacana, dentinhos alinhados, mas ali no fundo você sabe que o cara erra uns plural e fala "mano" a cada 3 palavra.

Claro que de uns tempos pra cá teve aquela onda dos spams de banco, mais ajeitadinhos, e que levavam os desavisados (leia-se, inocentes) a clicar em links suspeitos e serem invadidos. Teve a maré das mensagens de herança, ah essas eu adorava! Era parente desconhecido morrendo a rodo no Zimbábue, Zâmbia e Congo. Não sei se eu to por fora das tendências de spam desta estação, mas um email com origem do gmail me chamou a atenção hoje.
Beijão Rosemary, deletei, mas don't cry for me!

Hi Dear,
How are you today i hope that every things is ok with you as it is my great pleasure to contact you in having communication with you, please i wish you will have the desire with me so that we can get to know each other better and see what happened in future’s will be very happy if you can write me back through my email so that we can start communication, exchange pictures and get to know all about each other, I will be waiting to hear from you, if you care write me back let me know your option. I wish you all the best for your day.
Your new friend.
Miss Rosemary.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Rááááá!

Nesses dias de notícias mais ou menos, pré-sal eclipsando o Sarney, Obamarina, Dunga X Maradona, uma nova no mínimo inusitada brotou no meu INBOX. E não era pegadinha.