domingo, 27 de dezembro de 2009

2009, o ano em que

# Aprendi a cortar a unha do pé sem encravar.

# O Sarney balançou, mas não caiu, claro. Já o Caetano e o Dinho Ouro Preto...

# Michael nem balançou nos shows que tinha programado, só que caiu, assassinado, deixando como legado um filminho mixuruco. E um monte de covers que vão ter que concorrer com os do Elvis, esses há muito mais tempo no mercado.

# Rubinho quase matou o Massa sem querer. E quase foi vice, mas sendo o retrato fiel de nossa pátria, ficou só no quase.

# Obama veio com tudo, o mundo inteiro esperava.... E, pelo jeito, vai continuar esperando. Mas a reforma de saúde já veio, agora só falta a reforma metas de emissão de gases, tá quase ali ó.

# Ahmadinejad fingiu que enganou todo mundo nas eleições iranianas. E o mundo fingiu que acreditou, calado, numa nice. Menos o Lula, que acha ele uma simpatia. Tem cara de petista, repara bem.

# Bush não apareceu em nenhuma manchete de jornal que tenha me marcado, só que escalou um agente da CIA pra tacar um sapato no tal jornalista iraquiano, e nego da SWAT não erra, óbvio.

# O Fla saiu da zona de rebaixamento para conquistar um título mais que merecido. Adriano descobriu que não tem milhões de euro que paguem cerveja, churrasco, mulher e sambinha na Vila Cruzeiro com a malandragem. O Brasil descobriu que reciclar Pet é a melhor escolha. Definitivamente o craque do campeonato.

# Apertei a mão do Kassab mais vezes do que a dos meus tios queridos.

# O Lula mostrou que é "O Cara" de fato, já que mesmo não preparando nada de coerente pra mostrar ou propor em Copenhague conseguiu fazer todo mundo chorar com seu discurso. E eu até acredito que ele mal dorme por causa do desmatamento na Amazônia. Aham.

# Collor fez Pedro Simon e a pátria calarem-se e engolirem arrependidamente suas palavras. A digestão fica por conta de cada um.

# Vi o mar apenas duas vezes. Nem uma wave eu surfei, nem no Google Wave, que aliás nem eu nem nenhum asno que eu conheço entendeu. Talvez seja em 2010 o que o Twitter foi em 2009.

# Por falar em Twitter, putcha que la miséria, como nego perdeu tempo nessa droga, me incluo também. E se em 2010 a gente tentar falir o Twitter, mesmo que ele aparentemente não tenha fins lucrativos. Desliga o Twitter e vá ler um livro!

# O Rio ganhou o direito de realizar um fiasco em 2016, e o País inteiro fez piada. Mas na hora do Robin Williams zoar, ele não tem direito. Quer prova maior de que temos um belo espírito esportivo?

# O apagão rola no mesmo mês em que resolvemos acender todas as luzinhas de natal pra chamar o bom velhinho. Tô começando a achar que apagões podem ser a nova mania nacional. Reparemos nos índices de natalidade daqui 9 meses.

# Manuel Zelaya virou recordista mundial de permanência do Couch Surfing Project. E ainda por cima inaugurou a inédita categoria "sofás de embaixadas".

# A gripe suína me fez passar ácool gel na mão. (E ficar viciado.) E pitnou como a irmã invernal da dengue, que andava tão solitária e triste como única peste anual sazonal.

# Uma pá de gênios se foram e o TDUD vai ter que suar a calcinha pra ter assunto em 2010.
RIP Clô, Patrick Swayze, Lévi-Strauss (tem hífen, ou foi reformado também?), Leila Lopes, Mercedes Sosa, Celso Pitta (tu nunca me enganou), Andréia Albertini, Hélio Gracie e Lombardi.

# O Supremo derrubou a Lei de Imprensa, mas manteve a censura sobre o Estadão. Faz sentido, seu Gilmar?

# Por falar em Gilmar Mendes, o chefe da polícia pelo telefone mandou avisar que lá na Praça XV tem uma roleta para se jogar. Chama o Ministro Joaquim Barbosa e vão pra lá bater boca longe dos olhos da nação, que adoraria vos respeitar.

# 40 anos da chegada do Homem à Lua. E daí?

# 20 anos da queda do Muro. Recomendo uma passeada por lá. Minha cidade preferida no mundo hoje.

# Dois concorrentes com QI<20 concorrem à frase mais genial proferida. "Esse é irmão desse" e "Tamo junto, Cazuza!", do gênio Theo Becker (esse gooosta) concorrem com "Ronaldo, brilha muito nu curintia", do gênio Zina. Por sinal, você já pensou que par ele faria com a Geisy Arruda??? Os dois não são tipo carregador e celular? Tipo bêbado e sal de fruta? Ou tremoço e cerveja?

# Eu vi o espetáculo ao ar livre mais lindo da vida no Anhangabaú, com o grupo Les Plasticiens Volants e contei tudo aqui.

# A Maysa quase destronou a Hebe, que acionou o Ministério Público, que proibiu a pequenina de ser mascote do SS.

# Ronaldo brilhou demais mesmo, começou derrubando alambrado e terminou o ano esperando Roberto Carlos chegar pra estrelarem a mini série "Quarentinha" durante a provável curta participação de seu clube na Libertadores.

# Decidi que continuarei voando Air France e com qualquer outra companhia. Melhor morrer assim do que sotterado em obra do metrô.

# A Jamaica produz verdinho e tem o Usain Bolt. Nós produzimos a branquinha e temos o Bolt das piscinas, Cesar Cielo.

# Um pai de Goiânia inventou uma fábula, dessas tipo 11/09, que Hollywood jamais imaginou. Brilhante, ele tretou com a mulher, jogou-a pra fora do carro (em alta velocidade, lógico) e rumou para um aeroclube com a filha de 5 anos a bordo. Fingiu que queria alugar um avião, deu uma engambelada no piloto, jogando-o pra fora da aeronave ao seu estilo já mencionado acima, e decolou. Deu vários rasantes pela cidade e esborrachou o monomotor no estacionamento de um shopping. Sim, ele decolou o avião e sobrevoou a cidade por mais de uma hora, mas não me pergunte como. Uma dica: Goiânia é a filial brazuca de Hollywood, lembra do caso do Césio 137?

# Também teve aquele piloto que fez um pouso cinematográfico no rio Hudson em Nova York, salvando todos a bordo. Esse dorme bem toda noite.

# Não passou batido no cinema porque teve estréias de Tarantino e Almodóvar, assim como O Leitor, Os Amantes e Benvindo, este sim, lindo de morrer.

# No quesito show, só o do AC/DC valeu a pena. O resto, nem fui e nem gostei. Ah, tirando o do Robertão, nem quis ir em mais nenhum, não.

# A Sadia comeu o chester da Perdigão. E o Abilião não dormiu no Ponto (Frio) e nem em nenhuma de suas Casas (Bahia). (ok, essa foi péssima...)

# Berlusconi foi considerado pela Rolling Stone italiana o "rock star do ano". Realmente, mansão com putas e farinha na Sardenha, caso com groupie de 18 anos, achar que vítima de terremoto tem que acampar que nem hippies em Woodstock e apanhar de fã demente é digno de quem vive like a rolling stone.

# Os passageiros de fretados se ferraram, e a cidade também.

# Teve guerra na USP e em Heliópolis e eu perdi oportunidades de estrear no jornalismo de guerra sem ter que ir à Africa ou aos Balcãs.

# Cumpri parte de uma das minhas promessas pra 2009 e fui aprender a sacolejar o esqueleto em gafieiras e salões de forró Brasil afora. Não, não parei de pisar em pés.

# Espero que até a virada do ano eu tenha feito uma lista coesa de promessas incumpríveis para 2010.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pessoas Alpha FM

Sabe aquela pessoa que tava lá, mas não tava? É, aquele cara que sempre tá nas rodas, mas não tá. Um que pode ser aquele que concorda com tudo e todos, que não diz um não. Nem fede nem cheira, não sobre nem desce, nem nada. É a pessoa Alpha FM. Bem música de elevador, que tá ali, mas você nem lembra depois. E às vezes nem durante. De cabeça consigo lembrar de uma meia dúzia de pessoas assim. Inclusive algumas que viajaram junto e eu mal recordo delas presentes em momentos importantes.

Um cara que tanto faz, sabe? Se tava lá, ótimo, se não tava, tá beleza também. Tipo cerveja em festa que já tá tudo liberado mesmo, legal, mas nem precisava...
Certeza que você conhece alguém assim, não?

Pra 2010, se você é meio Alpha FM, espero que seja mais Eldorado, talvez, ou quem até Oi, mas sem ter que mandar sms pra saber nome de música, porque daí você vai de invisível a chato num instante.

PS: Entre lá no site da Alpha FM e veja com seus próprios olhos como até o site é sem sal e emana o DNA da rádio

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lula homologou a merda

A merda passou a vida inteira reprimida, calada e acuada. Apesar de convivermos quase que diariamente com ela do ponto de vista fisiológico, (claro que se você é dos que tomam Activia isso deve ocorrer com maior frequência) em algum lugar inventou-se que, como idéia e força de expressão, ela era vulgar, bruta, quase uma Geni. Só que dia desses o gênio Molusco Mor, num discurso no Nordeste, afirmou sem hesitar que ia "tirar o povo da merda" e assim, a tão excluída palavra saiu dos calabouços do linguajar popular para as manchetes de todos os diários. Agora ela, que era maquiada por ícones como #, %, *, & e !, está livre, leve e solta, assim como o Arruda, um governador de merda.

Lembrando disso me veio essa enunciação que algum gênio desconhecido proporcionou à Humanidade, e que eu escutei em algum lugar em mp3 e depois achei escrita em algum site por aí. Bom fim de semana, seu desocupado!


A palavra MERDA pode mesmo ser considerada um coringa da língua
portuguesa.

Exemplos:

Como indicação geográfica 1 :
Onde fica essa merda?

Como indicação geográfica 2 :
Vá a merda!

Como indicação geográfica 3 :
18:00h : vou embora dessa merda..

Como substantivo qualificativo:
Você é um merda!

Como auxiliar quantitativo:
Trabalho pra caramba e não ganho merda nenhuma!

Como indicador de especialização profissional :
Ele só faz merda.

Como indicativo de MBA :
Ele faz MUITA merda.

Como sinônimo de covarde:
Seu MERDA !

Como questionamento dirigido:
Fez merda, né ?

Como indicador visual:
Não se enxerga merda nenhuma!

Como elemento de indicação do caminho a ser percorrido:
Porque você não vai a merda?

Como especulação de conhecimento e surpresa:
Que merda é essa?

Como constatação da situação financeira de um indivíduo:
Ele está na merda...

Como indicador de ressentimento natalino:
Não ganhei merda nenhuma de presente!

Como indicador de admiração:
Puta Merda !!

Como indicador de rejeição :
Puta Merda !!!!

Como indicador de espécie :
O que esse merda pensa que é ??

Como indicador de continuidade :
Na mesma merda de sempre.

Como indicador de desordem:
Tá tudo uma merda!

Como constatação científica dos resultados da alquimia :
Tudo o que ele toca vira merda!

Como resultado aplicativo :
Deu merda.

Como indicador de performance esportiva :
O Flamengo, o Grêmio, o Palmeiras, o Fluminense, o Corinthians e o Vasco, não estão jogando merda nenhuma!!!

Como constatação negativa :
Que merda !!!!

Como classificação literária:
Êta textinho de merda

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O autor é desconhecido...eu não escrevi essa merda não... hehe

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Uma experência

Leia esse post à noite. Concentre-se .

Bocejo.
Preguiça.

Preguiça.
Bocejo.

Aaaaai, que sono.
Bocejo.

Preguiça.
Leseira.

Bocejo.
Bocejo.

Bocejo.
Preguiça.

Bocejo.
Bocejo.

> E aí, deu uma bocejadinha, pelo menos?
O D2 vai buscando a tal batida perfeita enquanto continuo na minha eterna busca pela fábrica interna de bocejos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sobre honestidade e AC/DC


Soaram os primeiros acordes ali naquele Morumbi. Meu, se você não tava lá eu sinto muito, foi algo tão ducaralho, mas tão ducaralho que eu vou passar os próximos anos falando que nunca ninguém foi tão honesto comigo quanto o Angus Young e sua turma naquele 27 de novembro.

Honesto é palavra, porque honesta foi a oferta de serviço deles. Sejamos bestamente didáticos: ofereceram-se para tocar seus maiores hits, colecionados em quase 40 anos de estrada, que não são poucos e muito menos ruins. Colocaram seu preço (tenha certeza que a nossa carteirinha de estudante 171 praticamente faz dobrar o preço dos tickets no Brasil) e quem achou que tal soma (de 75 a 250 reais, com carteirinha 171, claro) valeria a pena, simplesmente pagou pra ver.

70 mil consumidores (fã é muito emocional para um texto tão pragmático) desembolsaram seus cobres por aqueles papeizinhos que dariam acesso aos setores. Interessante o ato de comprar ingresso para um show, porque é um produto de consumo invisível, não intrínseco, diferente de um tênis, por exemplo, que você vai ali, esolhe e leva. Um show é mais ou menos como num restaurante, você pede o prato e depois espera pra ver o que vai vir. Claro que usamos referências e gostos pra pedir o tal prato, assim como geralmente não vamos a show de algum artista completamente desconhecido, no escuro. Claro que alguns gostam de experiências excêntricas e de experimentar coisas novas, sejam sons ou sabores.

Qualquer pessoa que esteja pagando tem noção (ou deveria) do quanto custou o dinheiro (em suor) e do quanto está custando o serviço ou produto oferecido. Tem coisa que realmente não compensa, que não entrega. Bancar o jeans mais caro e ele rasgar, esgarçar ou ficar inutilizável depois de pouco tempo. Ou comprar um carro que enguiça logo nos primeiros quilômetros. Você pagou por um produto que não retribui o investimento. Frustração misturada com sentimento de enganação, tipo corno.

Mas te digo que poucas vezes me senti tão bem tratado pelo produto/serviço pelo qual paguei. AC/DC é um show de honestidade do começo ao fim. Telão nítido como eu nunca vi, palco imenso como eu nunca vi (do U2 era maior?) e entretenimento estupidamente bem feito. Parecia criança pirando com as milhares de tiaras de chifrinho piscando pelo estádio, com os rojões que estouravam ritmados com o beat. E a qualidade do som? Só aí já valeu o ingresso. Ver seu irmão caçula entrar num estádio pela primeira vez e ter um presente de aniversário que ele nunca mais vai esquecer é sem preço. (Olhou pra pista, arregalou os olhos e perguntou, incrédulo: "isso tudo é gente?") Não tem jeito, para proporcionar uma satisfação desse naipe, só com muita honestidade.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A risada mais gostosa do mundo

Ela ri e não é para não chorar. Brinda o mundo com espasmos tão espontâneos que contagia até os mais céticos. Pode estar feliz, como sempre a vejo. Ou chorando, como poucas vezes presenciei. Sabe quando os olhos de alguém fazem festa ao te ver? Ou ao te contar uma história em que se envolveu, de corpo e alma, pra variar. Pode ser irritante alguém que consegue rir de coração, com o coração, sem esforço. Não se trata de bobismo, alguém que só sabe sorrir. Eis a diferença entre o riso e o sorriso, o sorriso pode até ficar ali, estampado, tal qual um rabisco numa carteira. O riso é efêmero, um sopro. Você sente quando é de verdade. Gargalhada transparente; contagiosa como um bocejo num final de tarde num transporte coletivo. Verdadeira aula para quem sorri e não mostra os dentes; pra quem está ali mas não está.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Gênios deveriam ter imunidade

Os caras que tiraram 20 milhões de reais daquela transportadora na Lapa, no domingo passado, seriam absolvidos no meu reino. Sim, qualquer pessoa com bom senso, senso de humor e vivendo num mundo cretino desses sabe que conseguir arquitetar um plano desses nos dias de hoje sem ninguém vazar nada durante meses é tarefa para poucos.

Em tempos de comunicação veloz, de tudo agora pra ontem, de privacidade beirando os índices de crescimento dos países europeus em 2009, eu acharia completamente plausível a notícia de que um bando foi preso enquanto cavava um túnel. Normalmente é assim que funciona. Os empresários de transportadoras, seguradoras e banqueiros financiam uma espécie de "fundo de incentivo" para que policiais supostamente evitem esses desaparecimentos súbitos. Ainda bem que nem sempre é assim.

Quando a super rede de meganhas falha, a coisa fica mais divertida para nós, simples espectadores. Quem é que não imaginou as cenas cinematográficas que aconteceram no último domingo, enquanto o país inteiro, inclusive os porteiros da firma (óbvio) torcia inquieto por seu time preferido. É quase como o roubo do "Onze Homens e um Segredo", que acontece durante uma grande luta de boxe em Las Vegas. Haja espirituosidade!

Mas a batata dos “tatus cover” começou a assar porque a turma da bufunfa tomou um preju e duplicou a recompensa pros tiras (já reparou que ninguém, além da Rede Globo chama puliça de ‘tira’?), que dali dois dias já tinham achado a turma que ficou com o troco. Mas a chefia, nada, ainda bem.

Queria aproveitar a humilde abrangência global deste blog para deixar um salve para os artistas engenhosos que fizeram a fantástica instalação da Lapa:

Caro amigo, você que rapou a bolada, boa sorte. Quem sabe não sobra um troco pelas dicas que eu quero te dar. Cara, a primeira: Run, Forest, run! Some daqui, não fica pelo Capão nem pela Brasilândia, descubra uma cidade e a batize com um nome novo, crie um ponto novo no mapa. De preferência fuja do Google, porque se vacilar só um pouquinho ele já te acha.

Troque o dinheiro aos poucos, enterre o resto num lugar em que você jamais pensaria, porque os banqueiros vão pensar. Se tiver um esquema de jatinho agilizado, parta sem hesitar rumo ao estrangeiro tipo Paraguai ou Bolívia, se é que podemos chamar isso de exterior. Consulte o melhor plástico que o mercado negro puder providenciar, mas cuidado: não peça indicação ao Abadia!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Espanta mesmo mau olhado?

Sabe aquele sobrenome seu que quase ninguém conhece? Aquele que sempre pareceu fazer só massa na linha do RG, mas que no fundo você gosta? Ou não. Às vezes é aquilo que você pretende esconder. Se você tinha avós que seus pais decidiram homenagear, certeza que você tem vergonha. Por exemplo: Renata Carolina. Você pode passar anos chamando sua amiga de Rê, Rezinha, Renes (como eu chamei) e nem sequer imaginar que ela esconde um "Carol" no meio daquilo.

A nomenclatura invisível pode ser também do tipo que não encoberta pela força daqueles nomes que ficam no meio, como Ayrton Senna da Silva ou Ascelino Popó Freitas. Mas a gente é tudo normal demais, voltemos pro chão. Ou simplesmente a ocultação sintética do sobrenome, quando um apelido deleta automaticamente o nome real e os eventuais sobrenomes escondidos. Assim sagraram-se Xuxa, Lula e Pelé, sendo este último uma entidade quase esquisofrênica, entre o Edson e o Pelé, entre o Arantes e o Nascimento.

E tem aquele sobrenome que você pode ter um carinho e orgulho imensos, mas que num determinado contexto pode queimar filme. A tradição, as histórias, as glórias familiares não ficam ao alcance da simples pronúncia quando alguém vai parar na mídia negativamente carregando o mesmo sobrenome que você.

E você deve ter chegado até essa linha pensando "pra que isso tudo?" Talvez seja só pra desabafar que em 15 dias Geisy e José Roberto me fizeram ter vergonha do meu sobrenome mais anônimo, mas não menos querido. E provaram que não tira mau olhado coisíssima nenhuma. Pelo contrário, até.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Desistir jamais

Nada como começar um mea culpa com frase de efeito em sentido oposto. É arte política manjada essa da retórica, ando bem abastecido, confesso. Não é minha vontade que me mantém longe daqui, é a obrigação de cumprir com meus deveres àquele que me paga, você, munícipe. Não deixemos os nossos valores de lado, o que acreditamos, nossos objetivos. Que seja louvada sempre a nobreza do ato de escrever, que seja sempre devidamente valorizado. Devemos sempre incentivar, priorizar e focar a escrita como forma de expressão libertadora e expansiva.

E blábláblá. Sim, uma semana sem atualizar é quase um recorde.

PS: Como eu tenho o que contar, prosa pra soltar. Ô se tenho. Ah, se meu chefe soubesse que tenho trabalhado tanto que isso aqui está, há uma semana, mais quieto que conferência de LIBRAS.