quarta-feira, 3 de março de 2010

Comentários vagos e dispensáveis sobre filminhos do Oscar y otras cositas

A instigante Vera Farmiga pagando pau pro boa pinta Clooney

Produções da telona têm sido programa frequente nesses dias, com friozinho ou calorão, em que a preguiça me dá um mata leão aos finais de semana. O Oscar tá chegando aí no próximo domingo, dia 07/03 e eu só não vi Avatar ainda (não que tenha muita vontade, não). Enfim, quando não fui fagocitado pelo sofá, estive em salas sombrias da SP cinzenta (saudades, Homem Cinza) para conferir:

- Invictus
Filminho batuta pois conta um Mandela (interpretado com esmero por Morgan Freeman, quem mais? - Papel de presidente, diretor de escola e Deus, só dá ele, né?) que não conhecemos e que nunca ouvimos falar, um Nelson simpático e que enxergava no rugby uma forma de tentar unir um país rachado pelo Apartheid. Uma história que mostra o quanto um esporte pode funcionar como eixo de junção em um país completamente sequelado em termos de tolerância racial. Um esporte de burgueses, que concorre com o soccer dos pobres, é o pilar da película e a cola para juntar um povo disperso em ódio e descrença. Vale muito a pena pra tentar entender como um esporte cuja regra eu nunca entendi um cazzo consegue emocionar e arrepiar quase que no filme inteiro.

- Up in the Air (Amor sem Escalas)
Fraquinho, um pouco metido demais a analisar o comportamento pós moderno durante a última crise econômica, mas não é terrível. Não leva melhor filme nem a pau, Blumenau. George Clooney mostra que é bom, as usual, mas não é dessa vez também que fatura o bonequinho dourado. A mulher que faz par com ele, interpretada pela madura e sensual Vera Farmiga (indicada para atriz coadjuvante) é uma personagem très interessante e um dos pontos altos da pseudo-comédia-romântica-crítica-desse-mundo-louco-em-que-vivemos.

- A Serious Man (Um Homem Sério)
Primeiramente vale dizer que é um dos únicos filmes dos últimos tempos que teve tradução do nome literal, sem parecer concurso de piada de tradutores. Ainda tenho uma teoria que existe uma comissão de tradutores de nome de filmes que fazem campeonato pra ver que bola a versão mais tosca do nome original, sendo a pior ideia automaticamente a vencedora.
Enfim, o novo filme dos irmãos Cohen é muito bom, pode papar o Oscar de melhor produção sim. Focado no exagero dos traços dos personagens, a película procura mergulhar, nem tão fundo assim, no universo judaico de uma pequena cidade yankee. Um professor de física vê seu mundinho desabar quando se dá conta de que a mulher quer o divórcio, o filho de 13 anos é rebelde e maconheiro, a filha rouba dinheiro dele e o irmão é um fracassado. Daí ele, cético e pé atrás com a religião, corre atrás dos pitacos de três rabinos para se aconselhar. O rabino júnior tem uma cena só, mas a rouba de modo que você fica rindo dele até o final. Preste atenção.

- The Hurt Locker (Guerra ao Terror)
Disparado o mais tenso que eu vi nos últimos tempos. Pá, te prende, vixe, não dá pra pregar o olho, não. Pode ganhar melhor filme pelo impacto político que tem ao colocar o foco sobre os profissionais cuja tarefa (ingrata ou recompensadora?) é desarmar bombas no conflito do Iraque. O ator Jeremy Renner tem potencial pra arrancar a estatueta das mãos de Mr.Freeman, fiquemos de olho.

- Os Inquilinos (Os incomodados que se mudem)
Filminho nacional que não vai a Oscar nenhum, pero un poquito metido a suspense tensão mas que não convence muito. Sergio Bianchi já fez sua obra prima em Cronicamente Inviável (2000) e ficou muito longe dela dessa vez. O bom Marat Descartes interpreta Valter, que junto com a mulher, vivida por Ana Carbatti, é confrontado com o comportamento turbulento dos novos moradores e entram num clima de paranóia. Só isso mesmo, não empolgou muito, né?

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