A 5a edição da Virada Cultural mostrou a São Paulo uma cara que São Paulo desconhecia. Nao foi um evento inédito, mas uma obra lapidada, que se mostra cada vez mais próxima da perfeição. Não importa que sobrou uma montanha de lixo até ontem à tarde. Não importa que os públicos de vários show acabaram se misturando. E importa menos ainda que o metrô Anhangabaú ficou fechado por meia hora. Isso tudo se resolve. Nem na França se limparia tudo na velocidade que os críticos queriam.
O que o evento mostrou foi que, mesmo faltando banheiros químicos e latas de lixo, o paulistano está aprendendo a ocupar o que é seu. Temos algum tipo de bloqueio nato em utilizar praças, calçadas e parques quando estamos fora da Virada, mas o evento só se mostra como uma das únicas formas de nos educar a ter esse hábito. Isso é papel da escola.
A Virada pareceu pra mim uma espécie de Orkut, em que você vai caminhando e reencontrando conhecidos. As fotos você faz ali mesmo, faz a história ali mesmo, não deixa recadinho. É um mar de gente, como na rede social. E o mais curioso é que mesmo sendo um pequeno plâncton, o "virante" vai certamente dar de cara com uma porção de pessoas que ele quer bem.
Li no blog do Alê Youssef o Daniel Ganjaman, do Instituto, reclamando que não adianta nada fazer um dia por ano de cultura e esquecer os outros 364. Até concordei por um momento, mas acho a afirmativa um pouco exagerada, dado que cada vez mais as periferias se viram para matar essa sede de acesso a cultura, independente de ter ou não uma Secretaria de Cultura olhando para elas.
Coisa fina. Até 2010.
terça-feira, 5 de maio de 2009
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