O cara é uma escola de samba de um homem só. Fazia tempo que não via alguém respirar carnaval e ziriguidum autênticos em Sampa, 100% sambista, mas sem frescura ou malandragem em excesso. O documentário Oswaldinho da Cuíca: Cidadão Samba mostra um artista autêntico do carnaval, o primeiro paulista contemplado com esse título, em 1973. Um cara que não esconde o jeito disciplinado herdado pelos anos de exército, mas que ao mesmo tempo esbanja um sorriso permanente quase irritante. Técnicamente não se trata de um primor de obra, já que tudo foi captado em DV e não em película, mas na parte mais importante, o som, os realizadores não pecaram nem um pouco.
Cena após cena vão se destacando o molejo impressionante nos passos de danças e a habilidade para tocar todos os instrumentos que fazem do samba, samba. Tem uma cena em que uma caixa de engraxate ganha a intensidade de uma bateria de escola de samba, sempre com sorriso no rosto. Ainda tem um livro biográfico escrito pelo jornalista André Domingues, que complementa e detalha a vida do craque do instrumento mais obscuro do telecoteco.
Ontem o CineSESC foi o palco dessa estréia, que teve ainda um intenso e cuiquento pocket show, que só fez reforçar a importância dessa figura no samba paulistano. E a simpatia faz qualquer um sair de lá de bem com a vida.
PS: em cartaz até semana que vem no CineSESC, na Rua Augusta, 2075.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
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