Tá mais fácil eu ver o Corinthians ganhar uma Libertadores do que o Rubens ganhar em Interlagos. Ok, já me conformei. Precisava ter escutado minha avó, que ontem disse cautelosa diante do meu entusiasmo, 'não crie expectativas, filho'. E a danada tinha mais que razão. Fui me encolhendo no sofá volta após volta, erro de estratégia, a Brawn rendia pouco e a Red Bull do Webber estava com asas. Só o Kobayahsi me eletrizou, esse promete.
É verdade que o pneu furou, mas Rubens trocou, voltou pra pista e terminou a prova em oitavo. A torcida que vibrou na véspera com a pole era a mesma que teve bom senso suficiente para gritar seu nome no final. O retrato do Brasil se fez ali, confirmando a teoria do "Homem Cordial", de Sergio Buarque de Hollanda.
Curioso que no mesmo dia em que o humilde e calejado Barichello fez a pole position, o Rio de Janeiro estava em guerra. Pela 1ª vez eu um helicóptero da polícia foi abatido pelos traficantes, tantas e tantas vezes vi apreenderem armas anti-aéreas, finalmente entendeu-se que elas podem alvejar algo mais aéreo que um caveirão. Batalha pesada, uma mochila inteira com cartuchos deflagrados foi recolhida no local, oito ônibus incendiados, mais de 15 mortos. Tudo isso 2 semanas após a cidade fazer aquele belo teatro ao ser anunciada sede das Olimpíadas de 2016. Mas se o entusiasmo da festa do sábado serviu para consolar a frustração de domingo em Interlagos, tenha certeza que a guerra desde sábado não há nem de ser lembrada daqui a 7 anos.
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Desabafa, querido.