terça-feira, 12 de outubro de 2010

What better time than now?


It has to start somewhere
It has to start sometime
What better place than here
What better time than now

Na quarta música pararam o show. Se continuasse daquele jeito alguém se machucaria feio. Não tinha como não sair do chão a cada minuto. Tava tenso, tava. Tava pesado, tava. Mas ninguém tava nervoso, era ansiedade, medo. Os riffs da guitarra de Tom Morello eram como faísca num mar de gasolina. Naqueles videoclipes velhos da MTV eu via rodas e rodas abertas, mosh pits aos montes e nego pulando que nem condenado. Não tinha ideia de que eu também reagiria assim quando o pau começou a comer solto. Já não tinha mais os amigos por perto, levados pela multidão. Meio egoistamente me coloquei em mode de transe, de dispersão e devaneio absoluto. Entrando em alfa a cada grave do baixo, a cada gatilhada da batera. Como três instrumentos e um gogó podem deixar tanta gente em êxtase/fúria? Que me desculpem as big bands, mas dá pra fazer muito, mas muito barulho com pouco equipamento e muita ideia na cabeça. O que deixa um fã do Rage endiabrado é mais do que a batida funkeada e o braço pesado na caixa, é mais que o compasso incessante de adrenalina. É mais. É a ideia, e a eterna esperança, de que se possa viver de forma mais justa, respeitando mais aos próximos, sem todo mundo querer levar vantagem em tudo. Seja lá o que for preciso para isso acontecer.

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