Uma das grandes vantagens da profissão que eu escolhi (ou que me escolheu, ainda não entendi direito) é que ela é uma escola diária. Claro que em todas as tarefas os profissionais vão ficando cada dia mais hábeis em seus deveres, desempenhando com maior maestria a função para a qual foram designados. Isso é natural.
Acredito eu em que qualquer metier em que haja interação com o público o aprendizado é maior. Para mim não existe nada mais fascinante do que gente. E interagir com pessoas é enriquecer na certa. Nada contra quem constrói ponte, contra quem limpa as cidades, contra quem faz o pão. Muito pelo contrário, são imprescindíveis e essenciais em suas funções. E acho uma pena que tenham pouco contato com outras criaturas que não seus colegas. Mas não tem ciência mais interessante do que a humana. Ah, não tem.
Não apenas entrevistar pessoas é um exercício de aprendizado muito intenso, como também há uma troca grande de experiências. São poucas as vezes em que não tenho a sensação de que saí da entrevista sabendo mais, não só sobre aquele assunto, mas sobre mim mesmo, sobre tudo. Quem sabe seja presunção de repórter, mas acho que a gente enriquece mais do que a média dos profissionais seja quando entrevista um especialista ou até mesmo um personagem com alguma história pontual ou de vida. É um tesão ser linha frente, ouvir causos, contar histórias.
Muitas vezes adoro saber das coisas antes, informações antecipadas. E admirar o quanto são efêmeras e vê-las se tornando poeira, seja no boca a boca, seja pela internet. A informação passa logo, mas a compreensão fica. Se o leitor esmiuçar a frase anterior pode até encontrar um dos slogans do jornal em que trabalho, mas confesso que a ideia não foi essa. Informação é um tijolo, conhecimento é a parede. Deveria ser mais tocável, perceptível, mas vejo muita gente reclamando da vida sem perceber o quanto se cresce a cada vez que se pega um bloquinho e uma caneta para anotar o que outra pessoa diz.
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Desabafa, querido.