Quando somos caçulas inventamos um monte de restrições alimentares. "Não gosta disso, nem daquilo". "Agrião, rúcula, berinjela, bleeergh!". "Não gosto de cebola, mãe!". Geralmente o que é doce passa a ser apreciado antes por nossas papilas.
Eu mesmo já fiz pesquisas com donas de casa para saber qual a idade certa para começar a dar refrigerante para crianças. E a resposta, em geral, é surpreendente: um ou dois anos. Quanto mais alta a classe da entrevistado, mais tarde acha que deve ser a introdução ao alimento. Lamentável, mas tem nenê que exige coca-cola na mamadeira.
Resumindo: enquanto a idade é pouca, O QUE comemos é o item mais importante. Os sabores são prioritários.
Daí, quanto mais frescura temos em casa, na nossa cultura e na nossa criação, mais restrições são criadas. Por exemplo, quem inventou que não se pode comer macarrão com feijão? Ou que romeu e julieta tem que ser feito com queijo minas e não prato ou mussarella? Geralmente o COMO é uma questão restritiva.
Depois de um tempo comecei a reparar que de uns tempos pra cá minhas restrições e preferências, principalmente no que tange salgados, foram quase que eliminadas. Como praticamente tudo, sem exceção.
O que ficou engraçado é o seguinte: como eu como. Não importa se é macarrão com farofa, canja com tomate, manga com beterraba, limão cravo com chuchu. Tanto faz. Ontem misturei farofa com espagueti e a turma me acusou de matar o sabor e a essência dos alimentos aqui no trabalho. Eu acabei usando o velho e nojento argumento de que depois que passou da boca, tudo vai sem gosto para o mesmo lugar. Como diria Rita Lee, em letra de Moacyr Franco (é, ele mesmo!): Tudo Vira Bosta.
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