terça-feira, 9 de junho de 2009

Um cidadão chamado João

Um cara simples, um cara comum, que gosta de festa, de estar próximo da turma, de tomar uma breja boa e curtir um som bão. Coisa de João. O Jõao é o Zé do século 21. O João é a síntese da proposta do João Rock, festival de pop rock que rola desde 2002 em Ribeirão Preto. Tem uma simplicidade caipira, que não compromete nem de longe a boa organização, que dá uma aula de como fazer grandes eventos para a turma do Anhembi (Arena Skol), por exemplo. Exceto pela parte alimentícia. João também me lembra esse João aqui.

Eu sabia desse evento desde 2006, acho, quando fiz uma pesquisa de grandes eventos no interior e confesso que já tinha me entusiasmado. Não conhecia ninguém de lá até topar com o Stallone (vulgo Wanderley), em Roma, ano passado. Daí calhou de conhecer a Fezinha e esse foi meu ano de João.

Não tenho vergonha nenhuma de falar que é um evento de pop rock, afinal Jorge Ben, D2 e Nação Zumbi já deixaram de ser alternativos (será que algum dia foram?) há tempos. E mais O Rappa, assumidamente minha banda mais querida e que sempre me é uma relaxante e exorcizante terapia assistir. Natiruts sempre leve e 'trazedor' de boas lembranças. E ainda rolou uma Farofa Carioca pra temperar tudo, com certeza o Rio tem tempero.

Jorge sempre Jorge, sempre igual, mas mais curto porque se deixar o coroa toca até todo mundo pedir arrego. Embalou a galera com a malemolência de quem sabe emendar uma na outra religiosamente, há séculos. Será esse o segredo da vitalidade? Ou seria o smurf que ele toma todo show quase antes de acabar?

Nação é sempre aquilo: pesado e pensante, talvez até um pouco demais para uma noite que tinha uma aura descompromissada que começou na tarde com a piveta Mallu Vocês Sabem Quem. Ao cantar "Minha Menina" com o Jorge ela me provou que é MUITO desafinada e imatura.

Natiruts é entretenimento disfarçado de reggae, coisa leve. É pop, é raso, mas todo mundo canta junto e num lugar desses é isso que vale. 30 mil entoando hinos da juventude é gostoso, não tenho vergonha de dizer, não.

O Rappa fechou tudo, veio logo depois do D2, que fez um show burocrático, mesmo embalado por algum tóxico (que devia tá muito bom). Tentou pular, puxar, chamar pra fazer barulho, mas ele já tá perdendo respaldo e credibilidade (seria essência?) com o povo. Será que é excesso de aparição?

Mas foi engraçado que ao ser chamado pra cantar Hey Joe com Falcão ele não quis mais sair do palco e, não bastasse isso, ficou causando com o microfone na mão a ponto de Falcão falar que ele tava "aloprado". Foi engraçado, não há como esconder que tinha muito mais que uma maria ali no crânio do malandro. O cara dos dreads ainda pediu uma fita crepe pra produção pra tentar fechar a matraca. Mas o melhor momento foi quando ele lançou:
- Eu tô leiloando o D2, quem quer levar ele pra casa? Olha, vou ser gente fina contigo, cumpadi, só vale mulher!

Daí foi só rir e se despedir ao som de Pescador de Ilusões, sob uma lua cheia que inspirava e um frio que só tornava o colchão mais atraente.

Um comentário:

  1. Fe,
    Um ótimo resumo do João Rock!!Faltou dizer que abrimos o apetite do João com o famoso e saboroso chopinho do Pinguim!rsrsrs
    Valeu a pena!
    Beijos
    Fezinha

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Desabafa, querido.