quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Improviso country
Na mesma semana em que o Rio foi anunciado sede das Olimpíadas de 2016, também vazou o conteúdo da principal prova de qualificação para entrada na faculdade. O ENEM ganharia esse ano a mesma importância que exames como o Baccalauréat, que em países de língua francesa garante o acesso do estudante à universidade por meio das notas. Estava começando no País a transformação em um processo único, uma via de acesso supostamente mais democrática ao ensino superior. Não questiono nem a qualidade do exame, pois acho a iniciativa em si pertinente.
O que mais me incomodou nessa história do vazamento do ENEM não foi o fato de a prova ter sido roubada, a possibilidade de resultados anteriores serem questionados e nem mesmo a sacanagem com quem passou o ano todo estudando focado nisso. A pior parte disso é perceber que não conseguimos praticar o mínimo de seriedade necessária para ter credibilidade nem no mundo, nem com nós mesmo. Quando a euforia passar e o enorme trabalho necessário surgir pela frente talvez a gente perceba que por mais animadora que seja a idéia de ter uma olimpíada aqui (eu acho que vai ser bom), não será um evento de 20 e poucos dias que vai resolver séculos de cultura de improviso, corrupção e individualismo em detrimento do coletivismo.
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Pois é.O pior é que dá o doce depois tira. Quer dizer, achávamos que estávamos dando uma passo na direção da melhoria do acesso e de repente retrocedemos com menos confiança do que antes. E só de esperança continua a viver o Brasil, efetividade que é bom, nada.
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