Na quarta-feira, lá pelas 15hs juntou um monte de gente lá na Candelária, no centro do belíssimo e abençoado município de São Sebastião do Rio de Janeiro. Juntou povo como não se via desde os caras pintadas, mar de gente mesmo. Protesto brabo. Pra derrubar um presidente? Pra protestar contra a corrupção que exala dos poros de grande partes de nossos governantes (e do povo também) e que impede o país de caminhar de fato? Pra fazer cair um presidente do Senado Federal que tem um mar de denúncias contra si? Pra pedir paz? Pra pedir mais segurança e uma Copa do Mundo e Jogos Olímpicos com planejamento e estrutura?
Não. Foram lutar por seu dinheiro.
Foram protestar contra a emenda do deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) que propunha dividir os royalties (valores que as empresas exploradoras pagam ao Governo Federal) de forma equitativa entre todos os estados da Nação. O Rio tem toda razão.
Desde 1992 não se via o povo nas ruas como na quarta-feira. Fico feliz de multidão reunida, anonimamente, gritando palavras de ordem e lutando pelo que é seu. O que incomoda é que isso só é feito quando mexem direto no bolso do povo, como foi o congelamento da poupança pelo Collor. Será que desde 92 não houve motivos para reunir uma multidão como essa para exigir atitudes?
Questões de ética, de paz, reivindicações por melhorias parecem ser desimportantes. Parece que o povo só sente poderoso quando quer, quando algum político afeta a parte mais sensível do corpo: o bolso. Deixando de lado e chutando pra escanteio a luta por aquilo que de fato é importante, o brasileiro dá um tiro no pé a longo prazo e agindo assim enterniza esse modo de agir.
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Desabafa, querido.