Menina multilados, mas sempre com um norte invisível. Não dá para definir como é, o que é e nem como a gente a percebe. É meio como uma obra de Mondrian, cheia de traços e espaços preenchidos de ideias, porém sem nada quadrado. Simpatia com uns, cordialidade com todos. Sabe fingir que gosta e sabe gostar também, o que, por sinal, faz melhor. Pratica o gostar dos outros de uma forma maternal, às vezes demasiada. Um amigo pode se sentir um filho rapidamente, coisa que pode ser boa ou não, já que filho é chato, mimado e manhoso. Sim, me enquadro nessa categoria com alguma frequência. Mas se é mãe, é uma mãe sincera, aberta e com as opiniões muito, mas muito no lugar.
Aliás, isso vale um parágrafo novo. Os lados louca e sã (demais, até) dela convivem numa harmonia digna de condomínio de um condômino só. Transita do “mode crazy” pro “mode sane” numa fração de risada ou de desprezo. Os óculos que usa são apenas para enxergar de perto, já que visão de mundo, clareza e interligação dos fatos ela tem de sobra. Sobra tanto que às vezes até irrita o quanto ela percebe bem o mundo, os trejeitos das pessoas e o que é bom e ruim nelas.
Se precisa de óculos para ler textos, o mesmo não se pode dizer dela para ler pessoas. “Ler” pode envolver, claro, preconceitos e idéias pré formadas, mas ela tem um cazzo duma intuição, uma percepção além dos sentidos. Sim, é meio uma mistura de raio-x com thunder cats e a visão além do alcance, ela enxerga, e como enxerga, a maledetta!
Mas se por um lado enxerga, por outro deixa de enxergar. Quiçá por gostar demais, quiçá por não saber que nego monta, ela é muito mas muito bondosa demais e mesmo se dando mal, tendo problemas de convívio, tendo que repetir 30mil vezes a mesma coisa para alguém, ela continua ajudando e servindo incondicionalmente. Servir, esse é um verbo que combina demais com a moça. Serve demais e infelizmente é servida de menos, penso eu. Isso gera frustração? Claro que gera, mas não tanta quanto geraria em uma pessoa que espera abertamente as coisas em troca. A picachu é altruísta, meu rei. Às vezes, só o reconhecimento basta. Às vezes nem isso é necessário, porque ela sabe, no fundo dela, em algum lugar que nem ela sabe onde é, que fez o seu melhor. Que foi verdadeira, que foi ela mesma.
Great!!!!!
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