terça-feira, 29 de junho de 2010
Catarse coletiva
Parecia que todo mundo ali naquele metrô iria perder um avião, que tavam correndo desperadamente ao aeroporto no último minuto, que já tinham se passado 10 minutos da última chamada para o vôo XX 69 171. Correria demente, faltava 1h30 pro jogo ainda. Quando faltava só meia hora todos pareciam que iriam matar um. Bar, amigos, só os amigos dos amigos, pouca gente, muita cerveja e coxinha. Surdo, pandeiro, repique e corneta, aka vuvuzela. Orquestra disso tudo, organizada, nego era bom, tinha ritmo e tudo, e olha que eu ainda não tinha tomado. Xingar Galvão, zoar o Arnaldo, fazer piada com o juiz e o amigo careca, tudo ali. Tensão, uhhhs, ahhhhs, viiiixes. Tudo explodindo, tudo nervos, mas impressionantemente organizado. Bola na trave, breja quase no chão. Unhas, cutículas, braço da amiga, tudo é bolinha anti-stress. Rir, de galera esse é o melhor remédio, que dúvida. De repente, a bola tá lá dentro. Grito. Abraça até os amigos dos amigos dos amigos. Já que é só a cada quatro anos que se tem essa intimidade, bora aproveitar. E se sentir estranhamente querido, aceito e brasileiro.
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Desabafa, querido.