segunda-feira, 19 de julho de 2010
O que era aquilo?
Nem tinha pra ninguém lá não. Pra tudo quanto era lado que se olhava era aquele negócio de doer os olhos de tão harmonioso, cada imperfeição milimétricamente no lugar. Uma beleza que enchia seu esquecimento mais profundo, seu vacilo, seu erro. Ela estava no salão todo, chefia. Sua imperfeição perfeita refletia nas pupilas de cada criatura incrédula com aquela sacanagem de Deus. Desfilava sua retumbância na pista, pretendendo ser discreta. Olhando e, mais que tudo, sendo olhada. Risada maquiada no canto da boca, fingia a normalidade, que se esvaia quando o cheiro dela passava por nós. Contando nem eu acredito.
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Desabafa, querido.