terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Motivo de criança

Para faltar uma semana no trabalho o cara tem que ter uma boa razão. Ou algumas. Confesso que não piso lá há quase três dias já. E tudo por um motivo de criança. Ou melhor, que a maior parte dos pimpolhos e ex-jovens conhece bem: catapora.

'Mas eu já tive catapora, não pode ser', pensei ao ver meu rosto na manhã de ontem. Domingo deu febrão, dipirona e relax resolveram. Segundona cheguei cedo na firma, depois do almoço voltei a me sentir mal. Voltei pra casa no meio da tarde já nocauteado. Nondé que eu ia imaginar que minha terça-feira começaria com um susto diante do espelho?

Eu tava me coçando todo, muito desconfortável. E se eu fosse dar expediente com aquele monte de mancha na cara no mínimo ganharia um apelido do tipo 'Geração Geek' ou 'Super Nerd' do sagaz colega do Jornal do Carro, vulgo Borracharia. A médica não olhou com atenção e sempre que piso numa UBS relembro que país é esse. Pelo menos na receita ela caprichou na caligrafia. Sem ironia, juro.

Quando você fica doente vira especialista naquilo que tá te fazendo mal. Pesquisa tudo na internet, entende como funciona, quando se cura já tá pronto pro mestrado. Tem gente, como o marido de uma ex-colega minha, a Sumara, que fez um blog contando da luta dele contra o câncer. Não, não vou encher vocês com minha paciência contra a coceira da catapora, haja saco, né?

Mas foi estranho porque eu já tive de lidar com essa moléstia traquinas quando tinha entre 8 e 9 anos, me lembrando bem dos banhos de permanganato de potássio, um comprimidinho púrpora. MAs dizem que ela nnao vem duas vezes numa mesma encarnação. E daí ela resolve bater à porta 26 anos depois, numa semana crucial (às vésperas das festinhas de fim de ano - amo) em que eu concluía diversos projetos importantes no trabalho e da rua pra fora, estava especialmente de bem com a vida.

Mal humorado, com muita dor de garganta, cabeça e ouvidos, liguei para minha amiga xamã. Ela riu, já que vinha me tratando há tempos, sabia que havia algo de ruim por vir. Mas me disse: 'peraí, isso tem um lado bom. Você vai colocar um monte de coisa ruim pra fora, vai fazer uma limpezona'. Gostaria de não precisar colocar nada para fora cutaneamente. Eu, pessoalmente, ainda prefiro a escrita.

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