Duas opções me restaram ao final desta semana. A primeira: fingir que estava tudo maravilhosamente bem, eu acreditar ingenuamente que todas as feridas já se haviam fechado e que não estava mais transmitindo a maledeta catapora. E ir para os natais paterno e materno numa boa, de cara lavada, simplesmente botando mó fé de que ninguém ia pegar mais nada, afinal não tava mais coçando em mim. Burramente colocando crianças, idosos e grávidas em risco, pelo simples prazer de não perder essa festa que eu realmente gosto
A segunda alternativa era mais dolorida, envolvia apenas sofrimento da minha parte e não colocaria nem o meu cachorro em risco: ficar mais dois dias trancado aqui em casa. Sem Natal, sem ceia, sem risco. Mas não foi essa dor toda, não. Teve telefonema para amigos em outros continentes, teve comida bem boa, teve meditação, teve reflexão por escrito e o mais divertido, participação no amigo secreto via skype. Acabei me sentindo lá, por ter estado lá todos esses anos. E como foi bom trazer todos meus familiares queridos ao alcance dos olhos. Ainda que a muitos quilômetros de distância.
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Desabafa, querido.