domingo, 26 de fevereiro de 2012
Retrato ambulante da folia
Entrou primeiro uma noivinha. Depois uma havaiana. O motorista dobrou a segunda a direita e mais alguns metros parou no ponto seguinte. Com lata na mão entrou um domador, seguido por uma abelhinha. Não demorou muito e chegou um coelinha da Playboy, um Pedrita e um Minnie. A comandante, a Fiona, a Chiquinha. Tentando equilibrar cerveja e beber entre uma curva e outra. Um Cesar Cielo sentava do outro lado, de roupão, toca e óculos de natação. Junto a ele uma simpática gatinha, com orelhas e rabo. Também entrou a mulher pipoca, com centenas delas coladas num vestido e num chapéu. O ônibus cruzou a Rua do Catete com seus casarões. Subiu um gringo fantasiado de gringo, claro. Uma joaninha para fazer par com a abelhinha. Gargalhadas do fundão. Alguém cantarolava baixinho uma marchinha. Logo, aqueles desconhecidos paramentados e caçoando de si e de todos entoavam um só coro. E ali, o carnaval do Rio foi clicado sem filtros nem photoshop.
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Desabafa, querido.