quarta-feira, 13 de junho de 2012

Informais

Escolhi começar com essa frase
Escrevi um verso cansado
Colori lacunas de verbo
Coloquei aspas errado

Estendi uma mão despretensiosa
Para socorrer alguém desgarrado
Em troca de um sorriso sincero
Ou um profundo papo fiado

Indecente prosa infinita
Guiada por qualquer ideia
Levada de uma tristeza bonita
Como se houvesse plateia

domingo, 10 de junho de 2012

87 anos de despertar

Despertar não é simples, muito menos algo sempre suave. Ainda mais depois de fazê-lo diariamente todas as manhãs durante 87 anos. O doce despertar dela tinha os ares frescos de uma manhã de sol, mas era uma fria e chuvosa tarde de outono. Sem o vigor da juventude e com as rugas do viver, ela surpreende. Tenra, bem humorada, aperta a mão. Escolhe uma risada, dá um bocejo. Vai ligando as ideias pós-siesta. Piano piano. Elogia a bolsa de água quentes nos pés, ô coisa boa. Só quero ficar quentinha, essa casa é gelada e eu sou friorenta. Gosto de dormir. Sim, vamos jantar, oba, pizza. Ah, que gostoso esse cafuné. Neto é bom, né? Vó é bom, né?