A caminho de casa apareceram lixeiras novinhas pregadas em postes a cada 20 metros. O mínimo da civilidade, mas confesso que achei uma beleza. 'Nossa, olha a prefeitura trabalhando', pensei. Mas instantaneamente lembrei que é ano de eleição. Uma época bem característica do nosso País.
Ano de campanha parece aquele discurso de namorado que não admite que não foi um bom companheiro e que percebe que o fim é iminente. Aquele que tenta listar tudo o que fez, os restaurantes a que levou a amada, as contas que pagou e até os presentes que deu. A enxurrada de anúncios, propagandas na TV e no rádio parece tentar nos convencer de que o que vemos agora - a cidade embonecada, com cara de que está indo pra frente - é o que sempre esteve diante de nossos olhos nos últimos 8 anos.
E ninguém precisa de memória de japonês de cursinho para saber que não foi nada disso. Que São Paulo alagou zilhões de vezes, que bateu recordes de congestionamentos (mais de 300 quilômetros, dá pra acreditar?), que virou polo de arrastão de restaurante e de roubo de caixa eletrônico. Isso sem falar nos clássicos semáforos que quebram a cada chuva, Controlar que multa todo mundo e CET pouco eficaz.
A impressão que dá é que guarda-se dinheiro para o último ano de mandato para gastar tudo de uma vez, tentar iludir com propaganda e maquiagem por toda a cidade. E que depois da eleição - que temo pela falta de candidatos razoáveis - tudo voltará ao normal. Ou seja, à sujeira e bagunça de sempre.
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